Miguel Relvas, ministro que tutela o serviço público de televisão, veio dizer que a RTP/A e a RTP/M passarão a ter 4 horas de emissão diária no final de cada dia. Ao dizer isto, invocando a despesa actual que quer diminuir, está a dizer que os respectivos centros regionais irão ser reconfigurados, irão ver as suas capacidades produtivas muito diminuídas, irão deixar de ter capacidade e tempo para tratar as questões regionais e para difundir as culturas próprias de cada Região, irão ver os seus quadros de pessoal minguar dramaticamente, irão deixar de ser pólos dinamizadores da economia regional nas áreas do multimédia, irão deixar de cumprir o papel de serviço público específico que a Autonomia exige.


Tantos anos a vê-lo ignorar os Açores em tudo o que não fossem desgraças e mau tempo, eu estava a estranhar o súbito interesse dedicado a estas ilhas pelos mais recentes telejornais nacionais do canal 1 da RTP: “Não, ninguém resolveu finalmente acabar com a injustiça. Isto são miolos que se dão, para tirar o pão!”, pensava eu para com os meus botões. E, infelizmente, nem é preciso ser-se muito inteligente para deduzir que, em simultâneo com essa mudança de atitude no Canal 1, ao contrário da reposição da justiça, provavelmente alguma coisa de grave haveria de estar a ser arquitectada para atingir o canal açoriano de serviço público da RTP…
O PCP Açores condena as intenções do Governo da República de reduzir a emissão da RTP Açores. As declarações do Ministro Miguel Relvas, demonstram um profundo e lamentável desconhecimento da realidade insular e do papel que a RTP Açores aí desempenha.