
O recente anúncio do
Ministro-adjunto, segundo o qual a RTP/A passará a ter um tempo
diminuído de antena, situado entre as 19H00 e as 23H00, levantou um
amplo debate, do qual sobressaem três questões centrais: a existência,
ou não, de um serviço publico regional de televisão e rádio; a qualidade
actual do serviço prestado pela RTP/Açores; as verdadeiras contas do
funcionamento actual da RTP/A (televisão e rádio).
Em primeiro lugar quero afirmar que sou um defensor intransigente da existência, em horário pleno, de um serviço público regional de televisão e rádio e não quero deixar de dizer que considero que a RTP/A e a RDP/A têm dado um contributo muito importante à construção da ideia de Região, pesem embora todas as suas limitações e todas as práticas de manipulação efectivamente exercidas pelos poderes sobre essas estações.
Deixando no Terreiro do Paço, apadrinhados por si, uma ditadura de
mercados e um governo (de “canalhas”, como foi classificado por Samuel,
um cançonetista e um pensador português da actualidade) com ordem para
escavacar tudo o que é Estado (incluindo as Autonomias Constitucionais)
sem deixar nada no lugar daquilo que existia, em nome de uma abençoada e
impagável dívida, veio candidamente de visita às ilhas mais pequenas
dos Açores o Sr. Presidente da República, segundo ele para “dar uma
ajuda ao reforço da coesão nacional”.