Antes foi a gripe das aves. Em 2009 a gripe A. Este ano o nome é mais estranho: “E-Coli”. O alarme geral soou, accionado por acreditados especialistas em matéria de saúde pública (desconhecidos até à data…), e perante o quais o exército da informação mundial e dos governos todos eles se mobilizaram para ajudar os infectados e prevenir a infecção, tentando cada jornal, estação de rádio ou televisiva, cada comentador ou ministro da saúde, por igual, e servindo-se de terminologia semelhante, dar o seu contributo (o mais das vezes acrítico) para defender os cidadãos do seu país e o mundo de um perigo comum que, repentinamente, a todos ameaça.
O Presidente da Republica prometeu um 2º mandato interventivo e está a cumprir!
O Presidente teve a ver com a queda do governo de Sócrates; deu ambas as mãos à intervenção externa; teve a ver com a composição do governo actual; tem-se multiplicado em declarações, que constituem verdadeiras orientações aos governantes executivos. Temos, sem dúvida, um Presidente interventivo, mas com um tipo de intervenção muito má e que cada vez se vai tornando pior.
A continuidade da aldrabice sistemática a que Sócrates nos habitou e à custa da qual logrou durante anos ir governando em desfavor dos iludidos, aí está escancarada nas primeiras medidas do Governo PSD/CDS. É um (e cada vez mais) violento assalto, clandestinamente congeminado antes das eleições e agora insolente e sem aviso prévio, ao património nacional e aos cidadãos portugueses. Referindo-se ao compromisso com a troika mas fugindo a aclarar o respectivo conteúdo (escudado sobre mentiras), nenhum programa eleitoral de qualquer dos dois partidos, hoje governo, anunciou aquilo que desde logo se propõem executar: Vender Portugal, e de imediato as empresas estratégicas da economia, à talhada como carne de picanha, e lancetar em 50% os rendimentos passíveis de IRS de pelo menos metade dos portugueses. Tudo isto para evitar, sem êxito algum, o “lixo” para onde os esbulhadores mercados financeiros, à semelhança do que aconteceu na Grécia, não deixaram de remeter logo de seguida a dívida portuguesa.
O Prof. Doutor Avelino Meneses acabou de cumprir o seu segundo e ultimo mandato como Reitor da Universidade dos Açores. O reitorado do Prof. Avelino Meneses demonstrou que a Universidade desta Região Autónoma pode ser dirigida com uma visão que, simultaneamente, respeita e enriquece as nossas especificidades. O reitorado do Prof. Avelino Meneses fica também marcado pelo desenvolvimento de um esforço muito sério de valorização da Universidade dos Açores, enquanto parte importante, embora singular, desse valioso conjunto que pode ter o nome de Universidade Portuguesa.
À frente de um governo do PS com o PSD, já lá vão 30 anos, e na sequência do descontentamento popular provocado pelas medidas de austeridade então impostas pelo FMI a Portugal (em vias de adesão à Comunidade Económica Europeia, hoje União Europeia), Mário Soares desencantou uma frase milagrosa para exorcizar as dificuldades daqueles que há bem pouco tempo, em 25 de Abril de 74, pensavam ter-se visto livres de muitas delas: “Já se vê uma luz ao fundo do túnel…”
Em Outubro de 2008, satisfeito com a decisão da Comissão Europeia de injectar dinheiro nas instituições financeiras em situação crítica, através da aquisição pelo orçamento comunitário dos activos tóxicos (ou voláteis, ou lixo, como queiram) acumulados pelos negócios fraudulentos daquelas, Durão Barroso, com grande originalidade anunciou que para a reversão da crise: “já se vê uma luz ao fundo do túnel…”, e foi precisamente quando, pelo menos para o nosso país, para a Irlanda, para a Grécia e para a Espanha (falta saber quem é o senhor que se segue), a crise se agravou de forma súbita e exponencial!