Se olharmos um pouco para trás, neste tempo que avança com grande rapidez, vamos perceber que muitos acontecimentos políticos, factos e situações, que por vezes nos espantam quando surgem, são, afinal, peças de uma estratégia minuciosamente pensada e executada e que visa consolidar o poder da ideologia que domina.A realidade portuguesa actual é um exemplo flagrante do que atrás se afirma.

Para além dos cortes já verificados em 2011, em 2012 o memorando do acordo com a troika (há quem lhe queira aportuguesar o nome para “triunvirato”, procurando atribuir conteúdo linguístico a uma intervenção externa, que de português apenas tem o bode expiatório, mas enfim…), dizia eu, em 2012 o memorando do acordo com a troika, assinado por três partidos com responsabilidades sérias no descalabro político a que o país foi conduzido nos últimos trinta anos, contabiliza um corte de 175 milhões de euros ao poder local e regional e, em 2013, mais 350 milhões, totalizando em dois anos um corte de 525 milhões de euros nos orçamentos do poder local e regional.