A questão da construção das RESAs (Áreas de Segurança no Final da Pista) do aeroporto do Faial está em cima da mesa dos sucessivos governantes desde os anos 90 do século passado, e não se trata com certeza de um assunto menor, numa região arquipelágica onde a exigência de mobilidade, por questões de trabalho, saúde e educação, é premente e inevitável.
A notícia de que a ANA/Vinci, para cumprir a obrigação que lhe é imposta, se prepararia para construir tais áreas diminuindo as dimensões da pista atual do aeroporto da Horta (e tornando assim impossíveis as ligações diretas com o continente operadas por Airbus 320), suscita a justa indignação dos faialenses, mas não deveria surpreender ninguém. A CDU sempre afirmou que a concessão da ANA à Vinci seria um erro, especialmente sem se ter assegurado um conjunto de obrigações, entre as quais as obras de manutenção e ampliação da pista do Faial. A ANA/Vinci está a fazer exatamente o que era esperável: em nome do proveito económico, sacrifica os interesses de uma inteira ilha e do próprio triângulo. O contrário é que seria de espantar.