É comum vermos plasmados nos jornais, 
nas rádios e televisão, e restantes órgãos de comunicação social do 
arquipélago e do país, argumentos vastos de comentadores, comentaristas e
críticos acérrimos dos caminhos que a política nacional, e até 
regional, têm percorrido nos últimos anos, particularmente desde as 
aclamadas vitórias de Carlos César para a presidência do governo 
regional, bem como desde o primeiro mandato do primeiro-ministro, 
secretário-geral do PS, e cujas opções de governação são postas em 
causa, diariamente, pela luta dos trabalhadores e das populações, mas 
não só.

Confesso estar a ficar enfastiado! É a
omnipresença da pessoa do Primeiro-ministro, em dezenas de mensagens
que me caem todos os dias no correio electrónico, ou em títulos de
primeira página, constantes em qualquer tablóide ou ecrã. Pelo facto de
ser PM, há um indivíduo sobre quem se pretende fazer recair, todos os
dias, tudo o que de bom, ou de desgraças e reveses, acontecem no país.
No seguimento de outras reflexões aqui feitas, ocorre-me chamar hoje a
atenção para uma tendência política regional que, teimosa e
irracionalmente, se tem acentuado nos últimos tempos. Estou a
referir-me à claríssima tentação centralista que marca, agora de forma
cada vez mais forte, as atitudes, o pensamento e, principalmente, a
prática dos governantes açorianos.