Parece maluqueira, mas não é. Isto 
aconteceu realmente. A realidade está aí para o provar. A Irlanda foi 
dos primeiros países da União Europeia (UE) a decretar medidas drásticas
de austeridade para reduzir o défice público (incluindo um corte de 10%
nos salários da função pública, lembram-se?). Foi em 2008, quando a sua
crise bancária se começou a propagar e o seu défice orçamental em 
percentagem do PIB atingiu 7,3 %. Resultado, a economia contraiu-se em 
10 por cento e, surpresa das surpresas, o défice disparou para 14,3 por 
cento do PIB até finais do ano transacto, sendo actualmente o maior da 
UE. 

Encontramo-nos a meio 
caminho de parte nenhuma. A meio caminho de uma nebulosa e esguia 
estrada repleta de buracos, pedras e lama, que constrangem e penalizam 
quem, na sua rotina, tenta chegar ao fundo do itinerário, ao lado de lá 
da rua.
Nestas breves notas semanais procuro comentar situações ou factos 
acontecidos, procuro, com clareza, exprimir opinião e procuro, por 
vezes, registar aquilo que, face ao evoluir das situações, sentimos. A 
nota de hoje inscreve-se na última “categoria” referida.