Não há dúvidas que em demagogia e manipulação da opinião pública José Sócrates e o seu Ministro das Finanças são mestres, por outro lado o PS Açores depois do número circense à volta da Revisão Constitucional continua insistentemente na mistificação do espaço público regional em defesa da indefensável proposta de Orçamento do Estado (OG).
Vejamos, das últimas medidas anunciadas por José Sócrates, Teixeira dos Santos e Silva Pereira ficou a ideia geral da sua inevitabilidade e ficou, em particular, a ideia de que a penalização sobre os rendimentos incidiam, no essencial, sobre o sector público e de forma gradativa sobre quem aufere maiores salários o que colhe alguma simpatia na generalidade da população ligada ao sector privado, no meio do desespero do congelamento das pensões, da redução das prestações sociais e das comparticipações sobre os medicamentos e os exames auxiliares de diagnóstico a penalização dos funcionários públicos aparece como um mal menor, senão mesmo como um acto de justiça uma vez que se foi construindo a ideia de que todos os males deste país se devem a um excessiva e bem paga administração pública o que, bem vistas as coisas não passa de uma representação construída ao longo de anos de domínio da doutrina neoliberal que só quer Estado para financiar a actividade privada.

Pelos vistos, ultimamente, não passa uma semana em que esta gente não trompique nos próprios pés. Não sei se por causa da época de bruxedo em que a democracia parece andar envolvida, se bloqueados pela falta de luz ao fim do túnel, se por ralharem sem razão numa casa onde os papás (ex-desavindos) já se entenderam para tirar o pão…
O rotativismo do poder político nacional tem motivado, desde 1976, uma alternância entre o PS e o PSD. Essa alternância tem impacto nos titulares, no pessoal de apoio, nos beneficiários de certas benesses, na definição de preferências no investimento (conforme a distribuição dos votos), na formação e acção das clientelas, mas não tem impacto significativo nas linhas de política que se aplicam, nem nos objectivos que se querem atingir. Por outras palavras, poderia dizer que sempre que um desses partidos substitui o outro no poder, “mudam as moscas mas a… política… é a mesma”!