1. Estão aproximar-se eleições antecipadas para a Assembleia da Republica. Mais do que saber quem “provocou eleições”, é bom que meditemos porque é que se chegou ao ponto em que estamos. Temos um enorme desemprego; uma economia em recessão; um alastramento grave da pobreza, milhares de famílias em dificuldades; salários, já demasiado baixos, a serem cortados ou congelados; pensões e reformas pequenas congeladas; a inflação a subir; os impostos a subir; os combustíveis a subir; os incumprimentos de compromissos a aumentar; etc, etc. Temos também, no mesmo espaço deste pequeno País, as vinte maiores empresas cotadas em bolsa a aumentarem os seus lucros, em 2010, na ordem dos 150% em relação ao ano anterior; a banca a declarar lucros superiores a 4 milhões de euros por dia em 2010; as três maiores fortunas do Pais a crescerem velozmente na listagem das empresas que classificam fortunas pessoais; etc, etc.
Portugal conseguiria perfeitamente controlar a sua dívida externa sem prejudicar a actividade e o crescimento económicos. O que Portugal não consegue é controlar os juros e o respectivo pagamento, os quais passaram, graças ao Tratado de Maastricht e seguintes (com o apoio do PS, PSD e CDS) a ser controlados pelo sistema financeiro privado e pela independência política do Banco Central Europeu.
Em épocas passadas, por este tempo, aprontavam-se as traineiras para a pesca do Atum. As companhas que já estavam completas desde practicamente finais da safra anterior, preparavam vardascas, pexeiros, aparelhavam as canas para os Bonitos e por fim pintavam com tinta de cobre os fundos das embarcações. Mestre que se prezasse tinha companha e traineira pronta para arriar no início da safra, ou seja, por volta do início de Abril.