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  3. Os passos de Passos
23 março 2011

Os passos de Passos

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José Decq Mota

Ouvi hoje de manhã, na revista de imprensa de uma televisão, a notícia de um jornal segundo a qual Passos Coelho irá explicar a Ângela Merckl “as razões porque irá votar contra o novo Pec”. Mesmo não tendo a confirmação absoluta se Passos Coelho vai ou não, fisicamente, a Berlim ou a qualquer outro lado, dar explicações à referida senhora, tenho que dizer que a notícia gerou em mim um sentimento de revolta e de inquietação, pois é demonstrativa, da “naturalidade” com que dirigentes actuais dos dois maiores partidos, acompanhados como se sabe por muitos dos chamados “formadores de opinião”, encaram a perca de qualquer noção do valor fortíssimo e da importância decisiva que tem a independência nacional.

Sócrates teve há algumas semanas uma audiência, aliás tão breve quanto imperativa, com a chanceler alemã. Muitos pensam, tendo em conta o que se conhece das posições oficiais da Alemanha, que essa audiência está na origem do inaceitável Pec IV. O que irá um muito assumido “candidato a 1º Ministro”, que até já deu sinais de estar disposto a governar com o FMI, dizer a essa senhora que hoje dita quase todas as leis na União Europeia? Vai lembrar que é da “família política” dela? Vai dizer que assegura ainda melhor, nem que seja com a pata do FMI em cima, a concretização das orientações ideológicas, financeiras, económicas e políticas impostas pela Alemanha e pelos outros dominadores da União Europeia?
O País precisa de outras políticas, muito diferentes das que Sócrates tem realizado de forma tão desastrada quanto arrogante. Não precisa da radicalização de direita que o discurso de posse do Presidente da Republica e o posterior silêncio tumular que assumiu, indiciam.
Afinal os passos de Passos são de quem?

José Decq Mota
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