Gostaria de Vos falar da visita de Passos Coelho aos Açores, mas confesso que a tarefa não é fácil, já que, depois dessa visita, os meus ouvidos ficaram cheios de nada, ou melhor, de lugares comuns, de generalidades e descomprometimentos. Fico-me pois por aqui.
Quanto ao Orçamento Regional para 2011, é o próprio Presidente que, em lugar de um orçamento positivo, que combata o abrandamento da economia regional, como permite a Lei, me parece que lhe dá antes uma machadada financeira e diz que não pode apresentar melhor, dadas as incertezas no horizonte nacional. Fico-me para já, também por aqui.


Os deputados do PCP ao Parlamento Europeu, como acontece anualmente, visitam uma vez mais a Região com o objectivo de prestar contas ao Povo Açoriano do trabalho que têm desenvolvido ao longo do seu mandato, particularmente nas iniciativas e intervenção política que dizem respeito aos Açores e às questões da ultraperiferia. Ilda Figueiredo e João Ferreira irão, também, inteirar-se localmente dos principais problemas sentidos por diversos segmentos da sociedade açoriana.
O Secretariado da Direcção Regional do PCP Açores tomou posição pública em relação aos projectos apresentados pelo PS e PSD Açores para o projecto de revisão constitucional. Para o PCP a prioridade deve ser a de enfrentar a grave situação social que se vive no arquipélago, explorando as potencialidades do actual Estatuto Político-Administrativo e não às guerrilhas artificiais criadas pelo PS e PSD para distraírem as atenções dos novos sacrifícios que, em conjunto, têm vindo a impôr ao nosso povo.
Enquanto há gente que já se atreve a despedir pessoal por SMS, depois de lhes negar o salário durante dois meses, como aconteceu naquela fábrica de calçado, ou outros que vão fazer viagens de cruzeiro enquanto a sua firma passa à situação de insolvência, como aconteceu naquela outra empresa de construção civil, um governo que proclama a defesa do Estado Social pôs, de um dia para o outro, um milhão e trezentos mil pobres a terem de fazer prova pela internet de que são pobres, fechou trezentas escolas e, anunciando uma baixa nos medicamentos, de imediato retirou-lhes as comparticipações do Estado. Em simultâneo, um partido que se diz da oposição e afirma que o governo quer ir aos bolsos dos portugueses, pretende entretanto retirar da Constituição Portuguesa o sistema de saúde e ensino universais, e a proibição dos despedimentos sem justa causa. Apenas me ocorre dizer que, enquanto um trata de matar, o outro trata de esfolar...
Aníbal Pires, Deputado do PCP Açores na Assembleia Legislativa Regional, na declaração política que proferiu hoje, denunciou o agravamento das condições de vida dos açorianos e defendeu a necessidade de uma profunda mudança de políticas que vise reforçar o poder de compra das famílias, como forma de superar a crise que atravessamos.