Já murcharam tua festa, pá
Mas certamente
Esqueceram uma semente
Em algum canto de jardim
Tanto Mar, Chico Buarque
Estamos a viver um período muito conturbado na História Mundial e Europeia.
A escalada capitalista das grandes potências pelo domínio económico e subjugação política dos povos, têm se manifestado de modo desenfreado nos últimos 25 anos.
A globalização, a mundialização e a tecnologia têm patenteado, em muitos países, mais aspetos negativos do que positivos.
Vieram contribuir para a desinformação, para o consumismo, para o aumento do desemprego, para a corrupção, para a falta de valores, para um crescimento desaforido da riqueza e a eternização de grandes carências sociais inseparáveis à relação capital-trabalho como mostrou Karl Marx em O Capital : a contradição entre o caráter social da produção de mercadorias e a apropriação privada do excedente econômico faz com que a expansão da riqueza e a ampliação da miséria constituam faces inseparáveis da extração de mais-valia que impulsiona a acumulação de capital.
Os sucessivos governos da República e da Região Autónoma dos Açores, têm primado por implementar esta dualidade, promovendo o enriquecimento de minorias, generalizando a pobreza, inclusivamente da apelidada classe média.
Estes governos não têm apresentado políticas económicas e sociais conducentes ao desenvolvimento do País e da Região no âmbito da agricultura, da indústria, das pescas, da saúde, da educação, da habitação, da cultura e dos transportes.
Pelo contrário, abriram as portas a grupos económicos que delapidam os nossos recursos e paralisam as nossas atividades. Permitindo uma importação desenfreada de bens de consumo em detrimento do incentivo à produção interna.
A manutenção da pobreza, do insucesso escolar, do envelhecimento geracional, das dificuldades no atendimento atempado na saúde, do desemprego, da exploração dos rendimentos e de ouras situações, têm levado a um descontentamento e amorfismo generalizado de alguns sectores populacionais, principalmente dos mais jovens e dos saudosistas do antigo regime que se tem vindo a mostrar e a desinibir, instigados por caciques, ressuscitando antigos fantasmas de um passado obscurantista e fascista, acusando, denegrindo e castigando o PCP.
Temos que nos reinventar, trabalhar arduamente sem desânimos para que a semente esquecida em algum canto de jardim possa brotar.
Não nos derrubaram no verão quente de 1975
Não nos derrubaram no 25 de Novembro de 1975
Não nos vão derrubar agora
A luta continua
PCP Sempre!
Fernanda Serpa 8 de Maio 2022