
Demonstrativas da sua inadequada aptidão para os importantes cargos que ocupam, a passada semana foi farta em calinadas vindas da boca de gente com responsabilidades na vida pública…
“A minha reforma mal chega para pagar as despesas…” (Presidente da República).
De facto 1300 euros (o único número por ele divulgado) de uma pensão, e mais “não sei quanto” de outra (Banco de Portugal), e mais os miseráveis 800 euros da reforma da esposa, é efectivamente muito pouco para as despesas mensais de quem diz que prescindiu (melhor dito, para quem foi legalmente obrigado a optar e optou por prescindir) do salário de Presidente da República…É enternecedor e deveras coerente com aquela máxima sua de que qualquer outro, para ser mais sério do que ele, teria de nascer duas vezes, vê-lo optar (apenas quando obrigado, note-se) pela solução franciscana de prescindir do salário de PR e ficar com um outro montante, que insinuou pouco passar de 1.300 euros…, apesar de declarar às finanças, por uma qualquer conveniência inexplicada, mais de 10.000 euros de rendimento mensal!
A actual coligação da direita no poder na Republica tem poder institucional e votos suficientes para aprovar no Parlamento as medidas que estão contidas no chamado “acordo” de concertação social, mesmo que não houvesse qualquer acordo naquele organismo consultivo. Não obstante isso, e com a colaboração do Presidente da Republica, foi desenvolvida uma manobra no sentido de “criar condições” para que a direcção da UGT assinasse o dito “acordo”.
O governo deixou cair a meia hora de trabalho a mais e, em substituição, meteu um conjunto incrível de medidas que, no seu todo, constituem um enorme insulto a todos os que vivem de rendimentos do trabalho. A direcção da UGT, sem surpresa para mim, subscreveu todas essas medidas, consumando assim uma gigantesca traição que não deixará de ter, necessariamente, reflexos na vida futura daquela estrutura que se intitula de sindical.
Na sequência de uma reunião com o Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública do Sul e Açores, o PCP Açores apresentou hoje no Parlamento Regional um requerimento sobre a existência de critérios e procedimentos laborais diferentes nos diversos portos dos Açores.
A extinção das administrações portuárias e a sua fusão na Portos dos Açores, SA, que o PCP contestou no Parlamento Regional, veio colocar trabalhadores portuários em situações diferentes, nomeadamente em relação aos critérios de atribuição de isenção de horário, em função do porto onde trabalham.