Por ora chega ao fim a minha colaboração semanal com o Açoriano Oriental (AO). Ao longo dos últimos 6 anos partilhei com os leitores aquilo que penso sobre um leque variado de assuntos mas, mais do que difundir opinião pessoal procurei deixar espaço para reflexão e discussão, até porque considero que a realidade observada pode ter várias leituras e, não me cabe mais do que dar a minha própria visão deixando espaço para a opinião de quem foi tendo paciência para ler o “Olhares”.

Na sequência da queixa feita pela CDU Açores, sobre a publicação de publicidade paga pelo Partido Socialista no jornal Açoriano Oriental nas eleições europeias, à Comissão Nacional de Eleições, a Açormédia impôs a cessação da colaboração de Aníbal Pires com este jornal. Assim, em vez do pedido de desculpas que seria devido aos restantes partidos políticos, aos eleitores e aos leitores do jornal, a empresa que o gere deciciu impôr o fim da colaboração de Aníbal Pires. Pela gravidade e pelo significado da acção tomada, aqui publicamos o último artigo escrito por Aníbal Pires para este jornal, bem como a sua tomada de posição pública.
Da honrosa passagem pelos Açores, em busca de raízes de 3ª geração, ficou-nos apenas isso: a honra do Nobel de Medicina ter sido recebido, conjuntamente por um governante que durante todos os seus mandatos sempre se fez acompanhar pela gripe comum, Carlos César, e por um ex-governante, Mota Amaral, desta feita herdeiro da antiga “gripe espanhola”, agora reaparecida numa versão moderada A(H1N1), e a pretender re-alastrar dentro do habitual quadro de convivência estabelecida e tolerante, que sempre soubemos manter com as maleitas da época.
Nesta Região as questões que se prendem com os transportes marítimos e
aéreos são sempre questões que estão na ordem do dia. Vencer as
distancias que separam as ilhas umas das outras e vencer as que nos
separam do resto do Mundo, é um desafio permanente, associado à
necessidade de o conseguir com um custo compatível com as nossas
possibilidades económicas e com as nossas legitimas pretensões de
desenvolvimento.
As eleições do último dia 7 demonstraram, antes de mais, que é possível a concretização de duas coisas: derrotar o governo PS e implementar políticas avessas à acumulação de capital, que dignifiquem quem trabalha, e por via disso, criem uma maior justiça social, que está para o país, como o pão para a boca.