Artigo de opinião de Paulo Santos:
O aumento do salário mínimo na região, embora insuficiente para gerar vida condigna a todos os que o auferem, representa uma importante viragem. O Governo Regional, em tom de propaganda, chama a si o mérito da medida, como se ela resultasse da sua ação. Nada mais falso. Decorre automaticamente da lei, por aplicação de 5% sobre o salário mínimo nacional, aumentado em função dos entendimentos estabelecidos no quadro da AR.
Clarifiquemos. O “animus” que subjaz ao governo de Cordeiro é distante da natureza daqueles entendimentos, e por vezes próximo da ideologia professada pela dupla Passos-Portas. É que, a exemplo destes, já por várias vezes, o poder de cá rejeitou as propostas do PCP orientadas para melhoria das condições de vida. Assim foi com o acréscimo ao salário mínimo e com a atualização do valor base da remuneração complementar.

De entre 10 candidatos, só um tem merecido "honras" de 1ª página nos jornais. O mesmo que nos canais televisivos informativos e generalistas (não apenas no que frequentou assiduamente durante 10 anos) aparece em constante destaque noticioso. E tudo isto com um hipocritamente proclamado orçamento de campanha presidencial mais baixo que os dos restantes. É caso para dizer: com jornais e televisões assim, para que precisa este candidato de orçamento de campanha? Que sinistra mancomunação anti-democrática e deformadora do pluralismo está por detrás desta comunicação social? Não será a mesma mão de quem, pretendendo ter ganho, queria pela convocação de novas eleições, anular as de 4 de Outubro? A mesma mão que chamou "golpe" à assunção democrática (com incidência governamental) da maioria parlamentar que se constituiu na Assembleia da República para viabilizar o actual governo? A mesma mão que norteou quem, no exercício do cargo que agora vai a votos, zelou pela continuidade de um governo anti-povo e anti-patriótico durante mais de 4 anos e pela prossecução de odiosas políticas que fizeram recuar o país quase 3 décadas?