Opinião

jos_decq_mota_webO PSD/Faial decidiu avançar para as próximas autárquicas em coligação com o CDS/PP e com o PPM. Antes porém anunciou como cabeça de lista à Câmara o Eng.º Luís Garcia, deputado regional, homem “da casa” e vereador que sempre se notabilizou por desenvolver um trabalho profundamente destrutivo. No dia que anunciou que iria haver essa coligação que não gera soma de votos com significado, o Eng.º Garcia apressou-se a dizer que o cabeça de lista à Assembleia Municipal seria um independente, que é como quem diz “não é nem do CDS nem do PPM”!

O PSD tem este ano muita dificuldade em fazer listas que incluam cidadãos que não sejam do “aparelho partidário”, pois poucos serão os que se querem ver identificados com a política de destruição do País que o PSD está a liderar. Constatada essa dificuldade, muitas Comissões Políticas optaram por “juntar as fraquezas”, coligando-se com o parceiro da coligação governamental e com outros, como o PPM, que não têm votos. Pretendem assim criar a imagem de “inovação”, o que, obviamente, não pega, nem convence.

A candidatura do PS na Horta é uma candidatura de continuidade dos piores períodos do PS na Câmara da Horta. As candidaturas da CDU e de outras formações não são ainda conhecidas, mas espero que tenham a possibilidade de contribuir para uma descida eleitoral significativa dessa “tríade” PSD/CDS/PPM e de serem decisivas na criação das condições que evitem as maiorias absolutas na Câmara e na Assembleia.

Noutros concelhos, como é o caso de Angra, o PSD “corre o risco” do 1º candidato à Assembleia Municipal pela coligação, que é o líder regional do CDS, ter mais votos do que aqueles que irá recolher o candidato do PSD para a Câmara.

As coligações autárquicas entre os que estão a fazer uma profunda traição ao País são uma má solução de recurso que deve ser derrotada.

 

Artigo de opinião de José Decq Mota, publicado em 18 de junho de 2013

mario_abrantesEm dois anos de mandato ao serviço da troika, escondendo muitas vezes a sua incompetência ou protegendo os intocáveis pela administração premeditada (que dizem geral) da austeridade e do empobrecimento, que outra coisa mais tem feito o governo da coligação PSD/CDS senão abusar dos sentimentos e crenças de um povo, utilizando métodos torpes, para provocar divergências no seu seio e ocupar terreno favorável a interesses políticos e financeiros alheios aos do país? Face a isto, os apelos à união dos portugueses lançados no dia de Portugal pelo Presidente Cavaco representam tão só um imenso tornado de arrematada hipocrisia…

PROFESSORES CONTRA PAIS E ALUNOS – É o exemplo mais actual. Decretam-se a um mês dos exames nacionais medidas lesivas e profundamente injustas sobre a massacrada classe dos professores, que atacam em simultâneo o cerne da escola pública e incluem a possibilidade de despedimentos massivos, e depois, face à resposta defensiva e legítima dos professores com uma greve que apanha as avaliações e os exames nacionais, vêm a público tentar acusá-los de estarem a prejudicar pais e alunos. E mesmo podendo evitar esse prejuízo, como afirmam os sindicatos, criticam a legitimidade de não haver serviços mínimos e preferem acirrar as hostes…

CONTINENTAIS CONTRA AÇORIANOS E MADEIRENSES – Fingindo ignorar o custo da delegação das funções do estado que transitam para as Autonomias (despesas imputáveis à Administração Central caso aquelas não existissem) preferem ao longo dos anos, perante o país, ir alimentando a falácia do despesismo unidireccional do Estado para com as Regiões, criando campo favorável para atacar agora de forma violenta a Lei de Finanças das Regiões Autónomas e a própria Autonomia…

NOVOS CONTRA VELHOS: “Gerações futuras não podem arcar com as dívidas e as pensões das passadas”…É esta a lenga-lenga apresentada. Só que, além das gerações futuras já estarem a ser obrigadas a emigrar, as passadas, além das dívidas, deixaram riqueza e investimento em novas tecnologias e ciência, em escolas, hospitais e equipamentos públicos. As pensões foram um depósito de descontos diretos ao trabalho, determinado pelos próprios governos, mas que estes posteriormente chegaram a jogar em bolsa ou a desviar para pagar juros a privados e entidades externas. A esperança média de vida subiu, mas a produtividade também. Hoje produz-se muito mais em menos tempo (Entre 1953 e 2011, o crescimento médio da produtividade em Portugal foi de 2,9% ao ano), só que, como diria Mia Couto, em vez de isso estar a gerar riqueza, está a gerar ricos e a aumentar as desigualdades sociais…

DESEMPREGADOS CONTRA EMPREGADOS: Para mais facilmente permitir baixar salários e aumentar o desemprego.

FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS CONTRA OUTROS TRABALHADORES: Agitando meias verdades ou falaciosos privilégios de uns sobre os outros, para aumentar a carga horária aos primeiros e decretar o seu despedimento em massa, diminuindo não gorduras mas serviços públicos essenciais a toda a população.

Os apupos e vaias de Beja em Dia de Portugal indiciam que os portugueses começam a não engolir de barato este divisionismo e a unir vozes para demitir quem tão cruelmente os tem tratado em dois anos de mandato!

 

Artigo de opinião de Mário Abrantes, publicado em 16 de junho de 2013

mario_abrantesUma onda de loucura está a assolar Portugal. Segundo recados de fora, de “amigos” de Vítor Gaspar, como o Presidente do Eurogrupo, temos de empregar todos os meios para precipitar a nossa queda o mais fundo possível, para mais tarde acedermos à felicidade. Este escândalo de se procurar a felicidade pelo terror, como diz Batista Bastos, “explica-se” pela necessidade de socorrer o capitalismo “custe o que custar”, na conclusão brutal de Passos Coelho.

Batista Bastos reflecte assim de forma límpida a consciência da esquerda em geral sobre o actual governo e o que se está a passar no país, gerando a necessidade de se adotar urgentemente um caminho diferente para libertar Portugal dos seus atuais “salvadores”…

Mas estamos aí perante um (e talvez não único) orçamento rectificativo que vai muito mais longe em cortes do que aqueles que o Tribunal Constitucional condenou, e ainda, segundo os seus responsáveis (Coelho e Portas), perante uma unilateral e urgente “reforma do Estado” que nos prenuncia, em tom claro de ameaça, mais e mais medidas sem fim à vista para o nosso enterro, depois das quais não serão possíveis nem a ressurreição nem a felicidade futuras de quem quer que seja a não ser do capital financeiro.

E sobre esta ditadura disfarçada de democracia, que Passos Coelho afirma ser legítima (mas só possível de existir pela mão de quem não a quer travar apesar de estar constitucionalmente obrigado a fazê-lo: o Presidente da República), começam a ouvir-se cada vez mais alto outras vozes confluentes com as da esquerda, num campo muito mais amplo, tanto institucional, como intelectual e cultural, ou mesmo de sectores da própria direita, próxima ou até filiada nos partidos da coligação.

É a antiga procuradora Geral da República, o Conselho Económico e Social e mesmo o Provedor da Justiça (imediatamente censurado pelo governo, à moda salazarista de “quem não é por mim é contra mim”). É Manuela Ferreira Leite que classifica o governo de cruel e o acusa de estar a destroçar o país, exigindo a demissão de Paulo Portas. É Pacheco Pereira que acusa o governo de fazer um discurso de guerra civil, de desprezar o país, desvalorizar o trabalho e fazer dos portugueses “ratos de laboratório”. É um recente assessor do Ministro da Economia, Carlos Vargas, que classifica Vitor Gaspar de “psicopata social” e o considera o ministro das finanças mais arrogante e incompetente desde o reinado de Dª Maria II. É o Secretário-geral da UGT e as posições mais críticas desta central sindical, etc., etc.

A demissão imediata de um tal governo já não é somente um problema da esquerda mas um problema nacional de primeira ordem para a esmagadora maioria dos portugueses. Parece que só para António José Seguro as águas continuam turvas, neste seu jogo de se preocupar antes de tudo, não com a urgente queda do governo e a interrupção das suas políticas, mas com o seu próprio futuro eleitoral e com as alianças que fará tanto à esquerda…como à direita, já para não falar das dificuldades evidentes que demonstra em assumir uma ruptura com o pacto troikista…

Era já tempo de estar claramente de braço dado com esta frente ampla que se vai formando e engrossará em Junho, pela ação dos professores, da Greve Geral e outras acções de luta, porque só elas, representando a voz do Povo Unido, poderão derrotar o governo e esforçar-se seriamente em seguida para cortar na dívida como única despesa que pode ser cortada sem provocar recessão e desemprego, permitindo outro rumo para Portugal.

 

Artigo de opinião de Mário Abrantes, publicado em 8 de junho de 2013

jos_decq_mota_webA vida política nacional precisa de uma urgente transformação, que evite um verdadeiro, colossal e gravíssimo colapso nacional.
Essa urgente transformação só terá condições para se dar, quando se conseguir transformar o enorme descontentamento social existente em motor político de uma transformação real e concreta. Para que se chegue aí é indispensável que se construa uma unidade entre forças políticas e sociais com capacidade de gerar uma transformação.
Transformar a vida política nacional, neste momento, não pode ser entendido como manter a política imposta pela troica, alterando apenas os ritmos da sua aplicação. Quem assim pensa, não está a pensar numa transformação verdadeira, mas está a pensar, antes, num outro modo, mais suave, de exercer um poder submisso.
Transformar a vida política nacional, de forma a preservar a democracia, a manter vivos princípios que visam a justiça social e a criar uma nova dinâmica de desenvolvimento económico, exige a capacidade de construir uma orientação geral adequada a esses objectivos e completamente independente das imposições que visam, exactamente, negar esses objectivos.
Sendo esta reflexão certa, temos que saber discernir, com lucidez, equilíbrio e realismo, aquilo que se pretende com a junção de esforços diversos: se é para dar força ao “rotativismo” do séc. XXI, não estamos a falar de transformação; se é para derrotar este poder, criando a possibilidade democrática de ser encontrada uma nova correlação de forças, estamos a falar do inicio de um processo de transformação.
Curioso e negativo é que haja, neste momento, alguns, que dizendo sempre que querem transformações, se preocupam, acima de tudo, em tentar “demonstrar” que aqueles que mais lutam por essas transformações são “incapazes” de se unirem a outros!
Neste momento é necessária uma muito ampla unidade transformadora e nela têm que caber todos!


Artigo de opinião de José Decq Mota, publicado em 2 de Junho de 2013

jos_decq_mota_webNos dias que correm abrimos os canais nacionais de televisão e vemos como "comentadores residentes" vários antigos líderes do PSD e do PS. Não se trata de convites ocasionais para que esses antigos líderes pudessem, em função do assunto da actualidade, emitir opinião. Trata-se sim de um modo de manter na cena política activa, ao mais alto nível de projeção publica, quem dela saiu por não ter sido escolhido pelos seus pares partidários ou por ter sido rejeitado pelo voto dos eleitores.

Quando ouço Marcelo Rebelo de Sousa penso sempre que estou a ouvir o "porta- voz" de um partido inexistente, mas que teima em assumir-se como o "verdadeiro e único líder"!

Quando ouço Marques Mendes não consigo deixar de pensar que tenho frente a mim um "moço de recados", que aceita palpites de vários lados, que nunca se esquece das contas antigas que quer acertar, mas que mantém contactos privilegiados para o lado de Belém!

Quando ouço Sócrates, sem nunca esquecer as opções ideológicas que ele assumiu e que abriram as portas à desgraça em que estamos, vejo uma espécie de "escorraçado" a procurar obter um novo folego, mas vejo também uma figura cuja promoção, pelo que de mal fez, dá jeito ao poder actual.

Esta prática das televisões e de quem nelas manda, tem como objectivo essencial lançar a ideia que a vida política portuguesa não tem capacidade de se renovar, que estamos todos condenados a tomar como boas, anos a fio, as opiniões de todos os que, por opção, procuram sempre limitar a democracia e perpetuar todas as formas de injustiça social.

Temos também os chamados "politólogos" que são comentadores. Muitos deles, quando jovens, diziam-se de "extrema-esquerda". Agora, quase todos eles, assumem como missão defender e perpetuar no poder a grande finança internacional e os seus agentes nacionais!

Lutar contra estes todos estes "mercenários das ideias" é difícil mas é indispensável!

 

Artigo de opinião de José Decq Mota, publicado em 27 de maio de 2013

Subcategorias