O XIX Congresso do PCP, realizado em Almada no passado fim-de-semana, colocou no centro do debate político nacional a questão da necessidade de derrotar a política destrutiva que está a ser feita e de construir uma alternativa patriótica e de esquerda, que promova outra política.

Não foi preciso ser o relatório da OCDE a desaconselhar esta semana a possibilidade de prosseguir o atual caminho com mais medidas de austeridade. Com a força óbvia da razão, há quem o diga há muito, tanto no parlamento nacional, como no regional, e agora, e cada vez mais, na rua: o caminho é outro e existe! Mas quem está atualmente investido de poderes para agir em conformidade com a razão, ignora-a deliberada e sistematicamente, e de forma aparentemente cega e hipócrita persiste em descortinar razão no caminho do empobrecimento pela austeridade, da diminuição prioritária do défice acima de todas as coisas, do ajuste das contas públicas sem ajustar contas quem as delapidou e continua a delapidar em benefício de alguns, no cumprimento de um acordo (memorando assinado pelo PS, PSD e CDS com a troika) de cujos resultados os próprios acordantes externos e alguns correligionários internos já duvidam. Resultado: um país incompreensivelmente a ser destroçado e um povo injustiçado e sem esperança, refém de credores agiotas internacionais, mergulhado em desigualdades crescentes pelo peso de ouro com que estão a ser pagos os seus dirigentes, não só os políticos, mas sobretudo os económicos e financeiros a quem tais políticos servem.