As organizações da CDU da ilha do Faial e da Ilha do Pico concluíram hoje a campanha de recolha de postais assinados contra a redução de ligações aéreas com o continente, tendo entregue no Parlamento Regional 1545 postais assinados por cidadãos destas duas ilhas
Ao longo destas últimos dois meses os activistas da CDU realizaram múltiplas iniciativas para recolher as assinaturas e a opinião dos faialenses e dos picoenses, como forma de manifestar o descontentamento pela redução de ligações com o continente.
A CDU recorda que, no seu conjunto, as duas ilhas terão menos 40 voos durante este verão, em resultado de uma política que visa concentrar as ligações em São Miguel, obrigando os cidadãos das outras ilhas a escalas e, na maior parte dos casos, a ficarem uma noite em Ponta Delgada ou em Lisboa, na ida ou no regresso das suas viagens ao continente português, aumentando as suas demoras e despesas. Trata-se aqui da defesa do direito de todos os açorianos à mobilidade e a iniciativa da CDU procurou dar voz e envolver a opinião pública açoriana neste combate.,
Para a CDU está em causa a coesão e o desenvolvimento equilibrado da Região, já que a redução do número de voos pode significar não só a perda de fluxos turísticos, como ergue barreiras à criação de oportunidades, limitando as possibilidades de desenvolvimento destas ilhas, contribuindo para o encerramento de empresas e o aumento do desemprego.
O abandono das ligações com o Pico e o Faial pela TAP está intimamente ligado ao processo de privatização da empresa, iniciado por um Governo PS e que o Governo PSD/CDS procura concluir a toda a pressa e ao desbarato, sem preocupações para com os serviços públicos essenciais que a TAP presta também aos Açores. A perda de controlo público sobre a transportadora aérea nacional vai certamente trazer ainda maiores consequências negativas para os cidadãos e para o desenvolvimento de todo o pais.
Nos Açores, esta situação foi agravada pelo facto de o Governo Regional não ter criado as condições para que a SATA pudesse assegurar o serviço com eficiência e fiabilidade, mantendo a mesma oferta de transporte aéreo, deixando as ilhas do Faial, Pico e São Jorge gravemente prejudicadas.
Assim, a CDU entregou as assinaturas recolhidas durante os últimos dois meses à Sra. Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, para que possa fazer chegar o descontentamento dos cidadãos aos Governos Regional e da República.
A CDU acredita que a voz dos cidadãos não pode ser ignorada e continuará a lutar, em todo o país e em todos os níveis de poder pelo direito à mobilidade, contra a privatização da TAP e pela reorientação da SATA para aquela que deve ser a sua vocação prioritária: servir todos os açorianos.

Horta, 18 de Junho de 2015