Temas

JCP ao lado da juventude açoriana

Imprimir
Twitter

JCPA JCP apresentou hoje na Horta e em Ponta Delgada o balanço da campanha de contactos levada a efeito nos últimos dias nos Açores, durante a qual recolheu em primeira mão os principais problemas da juventude açoriana.

A JCP denuncia a existência de situções de fome nas escolas dos Açores, em reflexo da desastrosa política social do governo da troika e também a falta de condições materiais e humanas de diversas escolas da rede pública regional. São também enormes os problemas dos estudantes da Universidade dos Açores, que enfrentam dificuldades agravadas com pelo corte nas bolsas e pela asfixia financeira da instituição. Os jovens trablhadores açorianos, pelo seu lado, vêm-se abraços com uma elevadíssima taxa de desemprego que é disfarçada pela oferta de formações sobre formações, mas sem conseguirem obter o emprego que desejam.

Nesta jornada, a JCP pôde contactar com milhares de estudantes e jovens trabalhadores do arquipélago, tendo chegado às ilhas de S. Miguel, Terceira, Faial e Pico, indo a 15 escolas ou locais de trabalho com os documentos de divulgação do 10º Congresso da JCP e mobilizando os jovens para a luta pelos seus direitos.

Actividade da JCP nos Açores – Fevereiro 2014

 

Entre os dias 17 e 26 de Fevereiro decorreu uma campanha da JCP de contacto com a juventude na Região Autónoma dos Açores.

 JCPFaial_26Fev2014_web

Nesta jornada, a JCP pôde contactar com milhares de estudantes e jovens trabalhadores do arquipélago, tendo chegado às ilhas de S. Miguel, Terceira, Faial e Pico, indo a 15 escolas ou locais de trabalho com os documentos de divulgação do 10º Congresso da JCP, que se realizará em Lisboa nos dias 5 e 6 de Abril de 2014 sob o lema “Avante com Abril! Organizar, Lutar, Transformar”. Neste Congresso, a JCP pretende aprofundar a análise sobre a realidade da juventude portuguesa, definir linhas de trabalho para o reforço da luta da juventude e afirmar os valores de Abril como o caminho para uma alternativa às políticas de direita que têm sido seguidas pelos sucessivos governos.

São muitos os problemas que a juventude açoriana enfrenta, fruto do Pacto de Agressão assinado entre a UE, o FMI e os partidos PS, PSD e CDS, que estão comprometidos, quer a nível nacional, quer a nível regional, com o rumo de desastre que tem tido tão negativas consequências para a juventude.

Por exemplo, há estudantes nas escolas açorianas que passam fome, por via de lhes ter sido reduzido o escalão de acção social, situação que foi comunicada à JCP em várias escolas de S.Miguel e que tem de ser denunciada. Muitas escolas sofrem grandes problemas de condições materiais e humanas, como a ES Domingos Rebelo, em Ponta Delgada, onde os estudantes do curso de informática não têm computadores adequados ao seu curso, ou os estudantes do curso de construção naval da Escola Profissional da Horta, que não têm ferramenta adequada, ou o facto de chover dentro de salas de aulas e pavilhões desportivos, como acontece também em várias escolas secundárias, como na ES Vitorino Nemésio na Praia da Vitória, na ES Jerónimo Emiliano de Andrade e na ES Tomás de Borba, em Angra do Heroísmo, ou ainda a falta de vagas para cursos artísticos, como acontece na ES Antero de Quental, em Ponta Delgada; o fim de vários cursos, como irá acontecer com o curso de design da ES das Laranjeiras em Ponta Delgada onde também deixou de haver o curso de Artes Visuais; ou ainda nos cursos da ProFIS na ES Jerónimo Emiliano de Andrade em Angra, onde apesar de terem assinado um contrato de 3 anos que assegurava subsídio de alimentação aos estudantes, a partir de Janeiro deste ano deixaram de o receber por ter deixado de haver financiamento, entre muitos outros exemplos.

Os estudantes da Universidade dos Açores enfrentam também grandes dificuldades decorrentes dos cortes nas bolsas, e a própria Universidade tem sido muito atingida pelos sucessivos cortes de financiamento que têm colocado as instituições de ensino superior numa situação de asfixia financeira. Os estudantes deslocados, nomeadamente os que deixaram a sua ilha para estudarem no pólo de S.Miguel da UAC, vêm agravados os custos de aceder ao ensino superior, pois as despesas a suportar são ainda maiores e a acção social tem sido sistematicamente reduzida.

A situação da juventude trabalhadora não é melhor: o desemprego nos Açores é uma chaga social, com uma expressão juvenil avassaladora, forçando milhares de jovens açorianos a deixarem a sua ilha para procurar trabalho noutras ilhas, outros a terem de deixar o arquipélago para rumarem a Portugal continental ou para a emigração. Os jovens vão para o centro de emprego a procura de trabalho e só lhes é indicado cursos atrás de cursos, sem nunca atingirem um emprego com direitos, que é o que procuram. Estes cursos servem muitas vezes para "ocupar" os jovens uma vez que não há trabalho e para se encobrir os reais números do desemprego na região, com níveis acima dos já procupantes dados nacionais. Além d desemprego, os baixos salários e a precaridade nos vínculos laborais afectam a grande maioria dos jovens trabalhadores açorianos.

 

Neste conjunto de contactos, chegamos à conclusão de que os jovens açorianos não estão resignados e que estão determinados em resistir e lutar pelo direito a serem felizes na sua terra!

A JCP recolheu mais de 150 contactos de jovens açorianos que se mostraram disponíveis para, de uma forma ou de outra, se juntarem à luta contra estas políticas e por uma alternativa que corresponda às suas legítimas aspirações. Foram marcadas iniciativas de convívio e de divulgação da JCP nas várias ilhas. Nesta jornada de contacto foi possível ainda divulgar nos Açores o 10º Congresso da JCP, e certamente o conjunto de elementos fornecidos pelos jovens com os quais a JCP contactou, assim como pelas 5 reuniões realizadas com camaradas da JCP e outros amigos (alguns deles, resultando em novos recrutamentos para a Organização), serão um valioso contributo para o aprofundamento da discussão sobre a realidade da juventude neste Congresso e para o reforço da luta da juventude e da JCP nos Açores.

 

Juventude Comunista Portuguesa

26 Fevereiro 2014