Utilizando a ameaça, o medo e a falsidade, a administração da SATA e o Governo Regional, através do seu Secretário, caluniam as justas intenções da luta dos trabalhadores que só foi decretada em ultima instância, face à intransigência e prepotência, não de agora, mas de há muitos meses, da Administração e da tutela em dialogar e ouvir os representantes dos trabalhadores.
A Administração e o Governo Regional demonstram má-fé ao dizer querer dialogar ou negociar com os trabalhadores quando apenas pretende desmobilizar a luta, nas reuniões realizadas até agora nada altera da sua posição e com desfaçatez tenta retirar regalias e direitos a troco de nada. São meras encenações para continuar a atirar para cima dos trabalhadores a responsabilidade da situação que é cinicamente causada pelo próprio governo e administração.
Desde há muito que os trabalhadores reclamam a aplicação cabal do “Acordo de Empresa”, e a aplicação do direito às remuneração do trabalho suplementar e às compensações de horário de trabalho, mas também têm vindo a alertar para problemas que se vão agravando na SATA, nomeadamente face à saída de quadros e técnicos qualificados, nomeadamente pilotos, aliciados por outras empresas internacionais com condições salariais incomparavelmente superiores às da SATA.
E é a estes trabalhadores que se quer ainda cortar mais nos seus vencimentos e remunerações? Remunerações de “luxo” como propalam os detratores desta luta?
E o que faz a Administração e o governo? Orelhas moucas! A resposta foi repetidamente a mesma, nenhuma, onde pára a apregoada marca do governo regional do PS/Vasco Cordeiro quando apregoa o diálogo e a participação?
Até parece que este governo quer descartar-se dos quadros para depois afirmar que a empresa não é viável e logo de seguida abrir caminho às “Low-Cost”, acabando com o serviço público, como fizeram noutros setores?
É esta a reestruturação anunciada pelo secretário regional?
São estas as consequências que o secretário regional Vitor Fraga anuncia para depois da greve?
A SATA não é um monopólio, é o garante de um serviço público de qualidade, enquanto existir como empresa pública. A SATA é uma bandeira da autonomia açoriana.
A tutela tem demonstrado, ao longo deste processo, uma atitude de grande hipocrisia política e denota, tiques de autoritarismo e uma cultura pouco democrática.
Sendo este um Governo Regional do PS que, frequentemente, critica o autoritarismo e o comportamento antidemocrático do Governo da Passos Coelho e Paulo Portas, é tempo de provar que é diferente e cultivar a democracia e o diálogo social e político.
Neste, como noutros casos, têm sido os trabalhadores, ao exercerem os seus direitos e liberdades fundamentais, a dar uma importante lição de responsabilidade e democracia.
O PCP/Açores afirma, ao apoiar a luta dos trabalhadores da SATA, que só com o contributo dos trabalhadores é possível uma empresa próspera, viável e com um serviço de excelência até agora justamente reconhecido tanto no plano regional como no plano nacional e internacional.
Isso deve-se à qualidade e mais-valia dos trabalhadores da SATA, que construíram esta empresa e vestem a “camisola” da empresa todos os dias, não se poupando a esforços e sacrifícios. Por isso devem ser respeitados e valorizados.
O PCP/Açores tem apoiado, desde a primeira hora, os trabalhadores na sua justa luta e recordamos:
- Projeto de resolução na ALRAA – na semana anterior ao início do 1.º período de greve;
- Requerimento com divulgação pública e por todos os Sindicatos, com perguntas ao governo sobre o Planeamento para o período de greves;
- Requerimento com difusão aos OCS e por todos os sindicatos com perguntas ao governo e denúncia da pressão que está a ser feita pelo Governo junto dos trabalhadores, hoje 30 de Abril.
O PCP/Açores apela à unidade e à determinação dos trabalhadores, não se deixando intimidar, para continuar a luta.
A Greve demonstra que os trabalhadores, esses sim, ao defenderem os seus direitos estão a defender a empresa e os seus postos de trabalho!
A Direção Regional do PCP/Açores
2 de Maio de 2013