O Deputado do PCP no Parlamento Regional, Aníbal Pires, questionou hoje o Governo Regional sobre o planeamento de voos da SATA durante os dias da greve, querendo saber porque é que a SATA não adoptou durante os dias da greve um planeamento de voos circular (no qual uma aeronave realiza toques em várias ilhas, antes de regressar ao seu ponto de partida), como faz habitualmente quando existem dificuldades meteorológicas ou técnicas.
Este tipo de planeamento permitiria transportar a grande maioria dos passageiros, respeitando os serviços mínimos decididos pelo Tribunal Arbitral. Se tivesse sido adoptado, o planeamento de voos circular, teria sido possível, por exemplo no dia 23 de Abril, deixar sem voo somente a ilha do Corvo, afetando apenas 19 de passageiros. Em vez disso, a opção da SATA fez com que as ilhas do Corvo, Flores, Graciosa e Santa Maria ficassem qualquer voo.
Com esta atitude, a administração da SATA não só colocou em causa a mobilidade dos açorianos, como procurou deliberadamente agravar os prejuízos resultantes da greve, para responsabilizar injustamente os trabalhadores.
O PCP quer saber as razões que assistiram a esta decisão de planeamento e se a SATA pretende adotar o planeamento de voos circular para o próximo período de greve, previsto para os dias 2, 3 e 4 de Maio, como forma de minimizar os prejuízos e incómodos sofridos pelos passageiros.
REQUERIMENTO
Considerando que a operação da SATA Air Açores devido às condições meteorológicas e geográficas no espaço onde desenvolve a sua principal operação, ou seja nas ligações interilhas, adota, quando existem irregularidades operacionais – meteorológicas ou técnicas –, o designado “planeamento de voos circular”, no qual uma aeronave realiza toques em várias ilhas, antes de regressar ao seu ponto de partida.
Considerando ainda que o planeamento adotado durante o período de greve que se verificou nos dias 23, 24 e 25 de Abril pp não teve em consideração o “planeamento de voos circular” que se enquadrava nos serviços mínimos deliberados em sede de Tribunal Arbitral.
O planeamento de voos circulares é uma prática comum na operação da SATA, quando ocorrem irregularidades operacionais (meteorológica, técnica) e por vezes por razões comerciais. É a própria SATA que coloca em causa a mobilidade dos açorianos nos dias de greve, ao planear os voos abaixo dos serviços mínimos deliberados pelo Tribunal Arbitral. Sendo planeado os voos de uma forma circular, seriam cobertas, na operação, todas as ilhas e transportados a esmagadora maioria dos passageiros previstos, desagravando assim os efeitos causados pela greve.
Assim, ao abrigo das disposições regimentais aplicáveis, a Representação Parlamentar do PCP solicita ao Governo o seguinte:
- Quais as razões que estão na base da não adoção do “planeamento de voos circular” durante o período da greve dos trabalhadores da SATA, que se verificou nos passados dias 23, 24 e 25 de Abril?
- Vai a Administração da SATA rever a sua estratégia de planeamento de voos para o período de greve prevista para os próximos dias 2, 3 e 4 de Maio?
26 de Abril de 2013
O Deputado do PCP
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Aníbal Pires