Nota de Imprensa
A CDU/Terceira, reunida em Plenário no último dia cinco de Março, e no âmbito da preparação do Encontro Regional da CDU, que terá lugar no início do próximo mês nesta Ilha, analisou algumas questões de âmbito nacional e internacional, nomeadamente a crise financeira e económica, bem como as repercussões negativas para os trabalhadores e para as famílias, mas também, para as micro, pequenas e médias empresas, ao mesmo tempo que se debruçou sobre assuntos de carácter regional e local.
Após ter tomada posição sobre a queda de parte da Muralha do Castelinho, a CDU/Terceira considera inaceitável que, estando aquele imóvel entregue à INATUR, e após ter sido referido pelo Ministério da Defesa que aquelas obras de reconstrução e requalificação ficariam a seu cargo, a situação não tenha conhecido qualquer desenvolvimento concreto.
Aliás, é ainda mais intolerável esta situação, quando, há altura da entrega do imóvel, tenha sido o Ministério da Defesa a efectuar todas as obras necessárias à sua utilização, cabendo à referida empresa, pouco mais do que a sua utilização.
A CDU/Terceira não se conforma, também, com o facto do edifício onde funcionava o Instituto Meteorológico da Ilha Terceira ter sido votado, quase em pleno, ao definhamento, sem qualquer intervenção do Governo Regional, perante a decisão do Instituto de Meteorologia IP em reduzir o pessoal para apenas dois trabalhadores, não tivesse tomado uma decisão no sentido de reaproveitamento do imóvel, transformando-o numa instalação funcional, dinâmica e activa, colocando-a ao dispor da população da Terceira, nomeadamente de alunos e professores, numa estreita ligação à Universidade dos Açores, fazendo, se para isso existisse vontade política do executivo da Região, daquele espaço, um centro de Ciência Viva, como forma de interacção entre as ciências e os próprios alunos, fora do ambiente escolar. Desta forma, ficam a perder os jovens, em particular, e a população da Ilha, em geral.
Tendo em conta contactos que temos feito com individualidades da área dos assuntos culturais, é cada vez mais notório que, olhando para o centro histórico de Angra do Heroísmo, nomeadamente os imóveis em clara degradação, bem como fachadas que precisam, urgentemente, de ser conservadas e, até em alguns casos, remodeladas devido ao elevado estado de deterioração, consideramos que extinção do Gabinete da Zona Classificada de Angra do Heroísmo (GZCAH), foi uma péssima opção do poder executivo, porque a actividade e a capacidade técnica desenvolvidas por este Gabinete não foram suficientemente compensadas pelas entidades que passaram a assumir estas responsabilidades.
Neste momento, assistimos a uma total inoperância quer dos serviços municipais, quer dos serviços da Direcção Regional da Cultura, com um superior nível de gravidade, pelo facto de esta ser da dependência directa da presidência do Governo Regional. A Direcção de Serviços dos Bens Patrimoniais, obrigada ao acompanhamento de toda a Região, acaba, também pela falta de meios, mas principalmente pela falta de proximidade à cidade de Angra, por não ter um papel tão pró-activo e dinâmico na relação com a autarquia como seria mais proveitoso, mas nomeadamente, com os próprios residentes e proprietários dos imóveis.
Não obstante outras formas de resolver esta situação inerente à cidade de Angra, Património Mundial da Humanidade, a CDU/Terceira considera, aliás, como outros cidadãos interessados numa melhor cidade de Angra, a criação de um Conselho Consultivo, de nível técnico, composto por cidadãos, moradores, associações e técnicos que, empenhados na restauração da própria cidade, tivessem uma voz presente e ouvida nas instâncias políticas competentes.
A CDU/Terceira considera que a acção do Gabinete da CMAH para a defesa do Património desta cidade no âmbito da sua classificação como Património da Humanidade é insuficiente e não responde às necessidades de gestão que se colocam quanto à preservação e manutenção da cidade com este nível de classificação. A CDU defende a necessidade da criação e um novo Gabinete com responsabilidades exclusivas de gestão da Zona Classificada.