Nestas breves notas semanais procuro comentar situações ou factos acontecidos, procuro, com clareza, exprimir opinião e procuro, por vezes, registar aquilo que, face ao evoluir das situações, sentimos. A nota de hoje inscreve-se na última “categoria” referida.
Perante aquilo que se passa no País e que é constantemente reportado nos OCS, o que é que nós, cidadãos comuns, sentimos? O que é que sentimos quando nos dizem que cada um de nós “deve 18000 euros”, que correspondem “à parte de cada um” da divida publica portuguesa?
O que é que sentimos quando vemos o 1º Ministro e o Presidente do PSD perfeitamente entendidos na manutenção e reforço da distorcida e injusta politica que gerou a crise que vivemos?
O que é que sentimos quando, num quadro claríssimo de preparação de novos ataques aos rendimentos de quem trabalha e pouco ganha, temos noticias dos grandes lucros da banca e das grandes cadeias de distribuição e comercialização, dos escandalosos “prémios de gestão” apropriados por quem concebe e executa a política de sobre exploração vigente, das “regalias” desconformes atribuídas a alguns titulares, etc., etc.?
O que é que sentimos quando sentimos que os dirigentes que nos desgovernam usam a mistificação, a encenação, a mentira e a meia verdade como formas permanentes de exercerem, contra o interesse geral, o poder que lhes foi dado?
A generalidade da população hoje sente-se apreensiva e pouco segura sobre o futuro colectivo e sente-se indignada e descontente com o que vê e ouve. Só a transformação desse sentimento de insegurança e descontentamento em força de mudança, nos permitirá encontrar o caminho certo, restaurar a confiança e desenvolver com justiça.
Artigo de opinião de José Decq Mota